terça-feira, 18 de junho de 2013

SEQUÊNCIA DIDÁTICA – CRÔNICA “AVESTRUZ” DE MÁRIO PRATA

Público Alvo: alunos do 6º ano do Ensino Fundamental

Tempo de duração: 06 aulas

Competências:


  • Ler e analisar uma crônica, trabalhando também a tipologia textual descrever.
  • Discutir conhecimento prévio e pontos de vista;
  • Comparar informações;
  • Criar hipóteses de desfecho;
  • Utilizar a tecnologia como ferramenta de leitura e construção textual.


ATIVIDADE 1 – EXPLORAÇÃO DO CONHECIMENTO PRÉVIO 


Assista ao documentário "Ponto Ciência: Porque o avestruz, a ema e o casuar não voam?

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=EAAgB7d3MKo#t=5s

Após a exibição do documentário, faça uma roda de conversa para discutir com seus colegas de classe o assunto abordado no documentário. Tente levantar hipóteses para responder à pergunta do vídeo “por que as avestruzes não voam?”

ATIVIDADE 2 - LEITURA


1- Leia o texto “Avestruz” de Mário Prata.

Cada aluno deve ler um parágrafo em voz alta.

O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus dez anos, uma avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu as avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto.
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruzes. E se entregavam em domicílio.
E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. A avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar a avestruz, deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa uma avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase três metros. 2,7 para ser mais exato.
Mas eu estava falando da sua criação por deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí assustando as demais aves normais.
Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor!
Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que logo depois, Adão, dando os nomes a tudo que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.
Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que elas vivem até os setenta anos e se reproduzem plenamente até os quarenta, entrando depois na menopausa, não têm, portanto, TPM. Uma avestruz com TPM é perigosíssima!
Podem gerar de dez a trinta crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve uma avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.
Foi quando descobri que elas comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.
Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.
Pedi para a minha amiga levar o garoto num psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.
PRATA, Mário. Avestruz. 5ª série/ 6º ano vol. 2
Caderno do aluno p. 9

2- Agora seu professor fará a segunda leitura, também em voz alta. Durante a leitura, grife as partes do texto que descrevem o avestruz. 


ATIVIDADE 3 – TRABALHANDO A ESCRITA E A IMAGINAÇÃO

1- Passe para o caderno todas as características descritivas encontradas no texto.

2- Pesquise o termo “struthio camelus australis”, que é o nome científico do avestruz, buscando significado, já que o texto sugere a semelhança com um camelo, mas coberto de penas.

ATIVIDADE 4 - INTERDISCIPLINARIDADE

Sob orientação de seu professor de Ciências, faça uma pesquisa sobre as  questões científicas do avestruz.

Sob orientação de seu professor de Arte, trabalhe a criatividade para construir um painel com os resultados da pesquisa desenvolvida com o professor de Ciências.


ATIVIDADE 5 – UTILIZANDO As TICs (Tecnologia da Informação e Comunicação)

Seu professor criará uma conta de e-mail gratuita (hotmail, gmail, yahoo), com um nome fictício de mulher (personagem – amiga da mãe da criança que queria a avestruz), o qual servirá para a realização da atividade abaixo.

Na sala de informática da escola, você irá enviar um e-mail, para o endereço criado por seu professor, como se estivesse enviando à amiga da mãe do menino personagem do texto, fazendo comentários sobre o ocorrido, dando sugestões de algum presente interessante, conversando sobre assuntos em comum (jogos, livros, preferências etc.), ou ajudando com uma solução para a questão. Também oferecendo a amizade ao filho da amiga.

Seu professor vai interagir com você através dessa conta de e-mail, fazendo novas perguntas baseadas no texto. Com essa atividade ele avaliará sua compreensão do tema  e sua competência escritora.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita - elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). In: ROJO, R. H. R.;  CORDEIRO, G. S. (Orgs./Trads.) Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004 [1996], p. 41-70.

ROJO, R. H. R. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. Texto de divulgação científica elaborado para o Programa Ensino Médio em Rede, Rede do Saber/CENP_SEE-SP e para o Programa Ler e Escrever - Desafio de Todos, CENPEC/SME-SP. SP: SEE-SP e SME-SP, 2004.


SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo do Estado de São Paulo: Linguagem Códigos e suas Tecnologias. Coordenação geral, Maria Inês Fini; coordenação de área, Alice Vieira. São Paulo: SEE, 2010.

CRÉDITOS:

Atividade inicialmente elaborada em encontro presencial do curso Melhor Gestão, Melhor Ensino pelo grupo da aluna Arlete Ajudarte e aprimorada pelas cursistas do ambiente virtual de aprendizagem - grupo 1, turma 313.


domingo, 16 de junho de 2013

SEQUÊNCIA DIDÁTICA - CRÔNICA "PAUSA" DE MOACYR SCLIAR

Público Alvo: alunos do 9º ano do Ensino Fundamental

Tempo de duração: 10 aulas

Competências:
·        
  •       Ler e analisar o gênero textual crônica, o qual apresenta traços argumentativos;
  •       Selecionar informações de acordo com os objetivos ou intencionalidades da situação comunicativa;
  •              Debater sobre o tema abordado no texto lido;
  •             Discutir pontos de vista, levando em consideração as leituras e suas experiências pessoais;
  •             Criar hipótese de sentido a partir de informações dadas;
  •             Inferir informações subjacentes às ideias explicitadas no texto;
  •             Interpretar textos literários;
  •             Utilizar conhecimentos sobre a língua e sobre gêneros textuais para a elaboração e realização de projetos coletivos;
  •            Transpor o texto escrito para a oralidade, fazendo as adaptações necessárias para a dramatização.


                                                   Imagem disponível em: meufuturoquemescolheusoueu.blogspot.com


ATIVIDADE 1 – LEITURA

1- Leia silenciosamente a crônica “Pausa” de Moacyr Scliar e grife as palavras desconhecidas.

PAUSA – MOACYR SCLIAR

            Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando:
            - Vais sair de novo, Samuel?
            Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.
            - Todos os domingos tu sais cedo – observou a mulher com azedume na voz.
            - Temos muito trabalho no escritório – disse o marido, secamente.
            Ela olhou os sanduíches:
            - Por que não vens almoçar?
            - Já te disse: muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.
            A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga Samuel pegou o chapéu:
            - Volto de noite.
            As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente; ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas.
            Estacionou o carro numa travessa quieta. Com o pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras. Deteve-se ao chegar em um hotel pequeno e sujo. Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos pôs-se de pé:
            - Ah! seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...
            - Estou com pressa, seu Raul! – atalhou Samuel.
            - Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre – estendeu a chave.
            Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar no último andar, duas mulheres gordas, de  chambre floreado, olharam-no com curiosidade:
            - Aqui, meu bem! – gritou uma, e riu: um cacarejo curto.
            Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave. Era um aposento pequeno, uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia d´água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira.
            Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido; com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata. Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou-se e fechou os olhos.
            Dormir.
            Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover-se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.
            Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido.
           Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa, perseguido por um índio montado a cavalo. No quarto abafado, ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados: o índio acabava de trespassá-lo com a lança. Esvaindo-se em sangue, molhado de suor, Samuel tombou lentamente; ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.
            Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia, lavou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu.
            Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.
            - Já vai, seu Isidoro?
            - Já – disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em silêncio.
            - Até domingo que vem, seu Isidoro – disse o gerente.
            - Não sei se virei – respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caia.
            - O senhor diz isso, mas volta sempre – observou o homem rindo.
            Samuel saiu.
            Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou, um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu vermelhado. Depois seguiu. Para casa.

2-      Reúna-se com seus colegas numa roda de conversa para discutir sobre os significados das palavras desconhecidas e sobre o assunto abordado na crônica.


Imagem disponível em: www.pibidfisica.ensinodeciencias.net


3-  Agora, em grupo, vamos levantar hipóteses sobre os possíveis motivos que levavam Samuel a querer     essa “pausa” aos domingos.

ATIVIDADE 2 – ORALIDADE

Seu professor discutirá oralmente com a classe os seguintes aspectos:
·         Você costuma ler jornal?
·         Você sabia que o gênero crônica é predominantemente jornalístico?
·         Você conhece algo sobre o gênero textual crônica?

Após a discussão oral, observe na crônica lida, os seguintes elementos:
·         Aspectos da narrativa, tais como, narrador, personagens, enredo, tempo, espaço;
·         Predominância do discurso direto;
·         Análise de questões do cotidiano;
·         Crítica de aspectos sociais implícitos na narrativa.

ATIVIDADE 3 – LEITURA E ANÁLISE ESCRITA DO TEXTO

Após a leitura do texto, responda em seu caderno:

1- No início da crônica, o diálogo entre Samuel e sua esposa, demonstra algo estranho?
2- Quando Samuel chega ao seu destino, ou seja, no hotel, o autor vai criando uma situação de suspense quanto aos motivos que levavam Samuel aquele lugar. Nesse momento da história, o que você acha que ele vai fazer lá?
3- Após Samuel entrar no quarto alugado, podemos observar que a hipótese por você levantada se confirma?
4- O que ele realmente fazia aos domingos naquele hotel?
5-  Observe a parte do texto que narra o sonho de Samuel. Quais as sensações que ele teve através do sonho?
6-    Em sua opinião, o que o diálogo final do texto entre Samuel e o gerente do hotel pode sugerir?
7-    Após a leitura do texto, o que você conclui sobre o relacionamento do casal?
8-    Observe a frase abaixo:
“De vez em quando você tem que fazer uma pausa e visitar a si mesmo” Audrey Giorgi
Como podemos relacionar essa passagem com o texto lido?

ATIVIDADE 4 – PARA SABER MAIS

Após a leitura da crônica “Pausa” e de conhecer as características do gênero, seu professor vai orientá-lo a ampliar seu conhecimento sobre tal gênero, através da pesquisa sobre outros cronistas consagrados.
Em grupo, na sala de informática vocês deverão procurar outras crônicas de autores como: Luís Fernando Veríssimo, Fernando Sabino, Carlo Heitor Cony, Ligia Fagundes Telles, entre outros.
Após a pesquisa reservem em um arquivo as crônicas que o grupo tenha mais gostado, pois vocês precisarão delas para a próxima atividade.

ATIVIDADE 5 - DRAMATIZAÇÃO

Após a leitura da crônica “Pausa” e da leitura de outras crônicas, reúnam-se novamente com o grupo, escolham uma delas e transformem em uma apresentação dramatizada.
Para isso, vocês deverão fazer todas as adaptações necessárias para que o texto escrito seja apresentado oralmente.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita - elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). In: ROJO, R. H. R.;  CORDEIRO, G. S. (Orgs./Trads.) Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004 [1996], p. 41-70.

DOLZ, J. M.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequências didáticas para o oral e a escrita: Apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. M. et al. Gêneros orais e escritos na escola. (Orgs./trads) R. H. R. Rojo e G. S. Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004 [1996], p. 95-128.

ROJO, R. H. R. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. Texto de divulgação científica elaborado para o Programa Ensino Médio em Rede, Rede do Saber/CENP_SEE-SP e para o Programa Ler e Escrever - Desafio de Todos, CENPEC/SME-SP. SP: SEE-SP e SME-SP, 2004.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo do Estado de São Paulo: Linguagem Códigos e suas Tecnologias. Coordenação geral, Maria Inês Fini; coordenação de área, Alice Vieira. São Paulo: SEE, 2010.


SCLIAR, M. Pausa. Disponível em:                                                                                                http://efp-ava.cursos.educacao.sp.gov.br/Resource/413029,A6/Assets/linguaportuguesa/pdf/pausa.pdf.  Acesso em: 15/06/2013

CRÉDITOS:

Atividade inicialmente elaborada em encontro presencial do Curso Melhor Gestão, Melhor Ensino, pelas cursistas: Claudete Coelho Campos, Milena Azenha Defavari Duarte, Roseli T. Turquiai Milani, Odete Sueli Fávero Polveiro e Onivete Fátima F. Cardoso e aprimorada, em atividade online, do mesmo curso, pelas cursistas do grupo 1 (Arlete Ajudarte, Milena Azenha Defavari Duarte e Sirlene Aparecida Martins Bailo),  da turma 313.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A história da Nossa Língua - por Sirlene Aparecida Martins Bailo

Língua Portuguesa

A língua portuguesa
É estudada na escola
Mas o que muitos não sabem
É que por trás disso
Há uma bela história.

Tudo começou em Roma
Onde se falava o latim
E o imperador ordenou
Que língua, costumes e cultura
A outros povos fossem imposto
E tinha que ser assim.

Não foi o latim clássico
e sim o latim vulgar
Que os soldados romanos
Aos povos conquistados
vieram ensinar.

A populações dominadas
Já falavam suas línguas
E com o latim imposto
 formaram-se as neolatinas
Francês, português, espanhol, italiano
Acabaram se firmando.

Um desses países vamos escolher
Para a origem de nossa língua aprender
Onde um rei muito ambicioso
Seus poderes quis estender
Lançando aos mares seus homens
Em busca de novas terras
No Brasil vieram aparecer.

Pedro Álvares Cabral
Uma dessas embarcações comandou
E ao escrivão Pero Vaz de Caminha ordenou
Que tudo fosso documentado
Ao rei de Portugal D. Manuel
Que nossa história ficasse no papel.
A primeira vista foi um encanto
Monte Pascoal e Terra de Vera Cruz
O primeiro nome foi dado
Ao tão especial achado.

Quando viram os índios
 A surpresa foi maior
Homens pardos e narizes bem feitos
Assim foram descritas suas belezas
Andavam nus e pintados
E tão inocentes como nenhum outro encontrado.

Os portugueses logo perceberam
Que aqui poderiam mandar
Uma terra de tantas riquezas
Fauna, flora de rara beleza
Aos índios logo quiseram ensinar
O português que sabiam falar.

Os índios falavam o tupi guarani
Era a língua que reinava aqui
Pelos jesuítas foram catequizados
E seus costumes e línguas abandonados.

Mais tarde outros exploradores
Aqui vieram parar
Trazendo seus costumes e língua
Para nós incorporar
Formando a língua portuguesa
De muitas misturas, regras e encantos.
                
                                             Sirlene Aparecida Martins Bailo


terça-feira, 4 de junho de 2013

Adoro livros! Por Arlete Ajudarte

Eu novamente, Arlete. Sou professora de Português desde 1982. Mas há três anos estou readaptada por problemas na garganta. O início da minha readaptação foi maravilhoso, porque fui parar no melhor lugar da escola: a biblioteca. Agora estou como Professor Coordenador do Fundamental II, mas não deixo de dar uma passadinha lá no lugar mágico, onde ficam todas as histórias!
Eu adoro ler....na verdade, não gosto apenas de ler, eu gosto dos livros!
Gosto de pegar o livro, passar as folhas, ir para frente e voltar, olhar as figuras e, mesmo quando não há figuras, perceber que elas existem e criam vida na minha imaginação.
Há pouco tempo, tive contato com o livro de Isabel Solé, “Estratégias de leitura” (1998), que trata, justamente, desse tema – ensinar a ler, a transformar o seu aluno em leitor, em sujeito ativo que processa o texto, proporcionando-lhe conhecimento e experiências.
Solé (1998, p. 19) coloca que: “Ensinar e aprender a ler são tarefas complexas, mas também são enormemente gratificantes, tanto pela funcionalidade do conteúdo como pelo papel de protagonista e o envolvimento que exige dos responsáveis - professores e alunos, para que ocorra a aquisição dessa aprendizagem”.
Esse processo de interação entre leitor e texto, transforma o aluno em leitor ativo, porque ele lê com um objetivo. É esse objetivo que leva dois leitores com finalidades diferentes extraírem informações distintas de um texto que apresenta conteúdo invariável.
Quando eu lecionava para alunos de 5ª série, eu iniciava o ano com um livrinho bem infantil, mas maravilhoso de Jandira Masur, “O frio pode ser quente”. A história começava dizendo que “as coisas têm muitos jeitos de ser, depende do jeito da gente ver”.

Creio que a leitura é isso, os inúmeros jeitos de a gente ver as coisas!

NATALINA DA COSTA Minha experiência com a leitura e escrita na infância

Minha experiência com a leitura e escrita, se deu desde a minha infância, lembro-me de quando minha mãe trazia livrinhos e  lia as historinhas das Princesas, Chapeuzinho Vermelho, entre outras. Escrevia no chão, nas paredes, na lousinha e desde cedo já tinha intuição que seria professora.
Atualmente conto as historinhas que lia para meus alunos, pois com as turmas que tenho do 6ºano trabalho muito em cima de leitura e escrita de textos de diferentes linguagens e faço uso dos recursos tecnológicos existentes na escola. Contudo, revivo a minha infância mas duma forma lúdica e tecnológica, pois trabalho num sistema circular e não linear.

NERI PRADO Os livros são os olhos do mundo

Na verdade não me lembro bem de minha experiência como leitora, mas na infância Monteiro Lobato era meu forte: Jeca Tatu, Sítio do pica-pau amarelo... Quando adolescente: Senhora, Mar morto, Escrava Isaura e assim por diante. 
No entanto, o que não era legal, a leitura por obrigação e não por prazer. O que me lembro muito bem, era das noites em que meu pai contava histórias que mexia com minha imaginação e instigava à leitura. Digo sempre que o livro são os olhos do mundo, porque nos instrui, nos ajuda, nos aconselha. 

SIRLENE BAILO O papel do professor

Há uns vinte anos atrás, na época de colegial, fui elogiada por uma professora de português por estar com um livro nas mãos. Ela me disse assim: “Adoro quem lê”. A partir desse dia, não parei mais de ler e decidi que ia ser professora. Naquele momento, percebi o quanto era importante ler, pois ela que era uma grande professora me falando isso, e notei também que o professor também tem esse papel, isto é, estimular o aluno e mostrar a ele que ler é algo muito bom.

ARLETE AJUDARTE Minhas leituras

   Sempre fui uma pessoa que gosta de ler tudo que aparece pela frente. Passei por alguns problemas de saúde e por muitos consultórios médicos, por isso fiquei por bastante tempo nas salas de espera desses consultórios e o que eu fazia? Lia as revistas...lia de tudo: revista de moda, revista médica, panfletos de remédios e ficava analisando a escrita e as informações. Por isso, concordo com Danuza Leão, quando diz que gosta da anarquia mental causada pelos diversos estilos de leitura. Agora eu percebo que o que eu sentia era isso, essa anarquia mental que te faz ficar antenado. A leitura provoca essa sensação: estar antenado ao mundo, aos acontecimentos! Acredito que deveria existir uma sala de espera nas escolas, com muitas revistas, jornais, panfletos, informativos etc. Sabe quando o aluno fica esperando para falar com o Diretor? Quando ele fez algo errado e o professor manda para a Direção? Nesse momento ele ficaria na sala de espera, lendo....seria o melhor caminho!

MILENA DUARTE Minha história como leitora


Conseguir decodificar as letras que apareciam nas placas e dar-lhes sentido, é a lembrança mais marcante que tenho da época em que comecei a ler.

Depois disso, lembro-me dos livros da coleção Vaga-lume: “ A ilha perdida” , “A serra dos dois meninos”, “As aventuras de Xisto”, “Éramos seis”, “Meninos de asas”, foram alguns títulos que marcaram minha adolescência.

Um pouco mais moça, devorava os livros de Sidney Sheldon. “O outro lado da meia noite”, “Se houver amanhã”, “Os dez mandamentos”, “O fantasma da meia-noite”, “A senhora do jogo” foram romances que me mantinham mergulhada no maravilhoso mundo da leitura nessa época de minha vida.

No Colegial, como era chamado o Ensino Médio, eu tive experiências amargas, pois não gostava de ler por obrigação os clássicos da literatura, acho que era a rebeldia da juventude, pois adorava ler, só não queria ser obrigada a ler títulos que não me despertavam interesse. Somente na Universidade é que comecei a entender a riqueza por trás de cada autor.

E a partir daí não parei mais...

Hoje sou bastante eclética, leio de tudo.Acredito que ler nos faz conhecer melhor o mundo que vivemos através do olhar dos outros.  Por tudo isso, penso que, como professora,  preciso despertar no aluno o desejo de ler, para que ele perceba que através das páginas de um livro ou de uma janela que se abre na tela do computador podem haver maravilhas nunca antes imaginadas.